sexta-feira, 19 de outubro de 2012
da página...
"[...] Quando uma área do corpo 'incha', o sistema circulatório e
linfático ao seu redor sofre pressão. As sensações desconfortáveis se
multiplicam, sem que a vaca as expresse clinicamente. O aumento do
úbere, por si só, representa um quadro inflamatório, portanto, doloroso,
ainda que os sinais infecciosos da mastite não se façam presentes
imediatamente no início do processo inflamatório. Se as vacas podem
estar com o úbere inflamado sem apresentar sinais clínicos de sua dor, é
plausível que metade, ou mais, do leite consumido seja proveniente de
vacas sofrendo de mastite. Se o controle sanitário não passa de 60% do
leite extraído e processado, dá para imaginar que, em muitos casos, os
laticínios consumidos sejam produzidos com leite de vacas doentes. Não
há transparência do modelo de vigilância sanitária ao qual o parque
leiteiro brasileiro está submetido. Se nas instalações que concentram
milhares de vacas a fiscalização é feita por amostragem, como se faz o
trabalho nos plantéis pequenos, onde sequer há um veterinário de
plantão?"
[FELIPE, Sônia T. Galactolatria: mau deleite. Implicações éticas, ambientais e nutricionais do consumo de leite bovino. São José: Ecoânima - Edição da autora, 2012, p. 86].